Migrar ou Não para a Nuvem? Essa questão pode significar o sucesso ou o fracasso do seu negócio.
É fato, a computação em nuvem deixou de ser apenas uma tendencia tecnológica ou “moda" como muitos diziam, a alguns anos atrás.
Pequenas e grandes empresas de e-commerce, fintechs e várias startups de sucesso iniciaram essa jornada a alguns anos atrás. Até então tínhamos apenas um player nesse mercado, a AWS, com ofertas limitadas comparado a gigantesca gama de opções de serviços e métodos de contratação na nuvem que oferecem atualmente.
Para os pioneiros que abraçaram a nuvem quando ninguém sequer pensava nessa possibilidade, colocando em pauta questões como segurança, compliance, legislação entre outras, hoje já podem colher os frutos do pioneirismo. Para essas empresas tanto o aprendizado quanto a experiencia de viverem em um mundo sem a preocupação na gestão de um datacenter ou SLA’s complexos de contratos de hosting e co-location, pode ter sido o fator decisivo para sua sobrevivência no mercado.
Se pegarmos como exemplo o modelo de e-commerce para o mercado de varejo que temos hoje, simplesmente não ha espaço para empresas com elevados custos de infraestrutura de TI, é matematicamente inviável sobreviver em um mundo onde a grande maioria dos “players”, e aí me refiro até mesmo aos pequenos no negócio, são extremamente competitivos pois já trabalham com sua infraestrutura de TI otimizada, elástica, escalável, segura e resiliente a falhas. A diferença entre os custos desses clientes é muito agressiva se comparado a um modelo “on-premisses”.
Estamos falando do negócio, e nesse caso vence quem é mais eficiente, quem entrega mais rápido “time-to-market” e quem escala mais rápido para acompanhar a necessidade do negócio.
Os custos de infraestrutura de TI são o “core” do negócio. É muito investimento em tecnologia e ativos de hardware e software, além da complexidade na construção de um datacenter, cabeamento estruturado de rede de dados e armazenamento, infraestrutura de backup em muitos casos com fitas magnéticas e movimentações de fitas off-site, ar-condicionado para suportar toda a emissão de calor gerada pelos servidores e storages, segurança física de acesso, e por fim, um time de operações exclusivo para cuidar desse belíssimo datacenter.
Mas não pense que acabou por aí, e se acontecer algo com o datacenter? Algum desastre? Queda de energia?
Para isso muitas empresas investiram e ainda investem até hoje verdadeiras fortunas na construção ou contratação de datacenters de contingência. Sim, porque o mais importante de tudo é o negócio, e este não pode parar nunca, deve estar 99,999% do tempo disponível, pois caso contrário a empresa corre o risco de ter que fechar as portas.
Ou até mesmo se a infraestrutura for mal dimensionada ou não sofre investimentos para atender ao crescimento vegetativo e entrada de novos produtos. Um e-commerce lento, mesmo que por uma diferença de segundos no tempo de resposta, a experiencia do usuário fala mais alto e com isso perde-se a atenção por parte do cliente e consequentemente a venda.
Citei aqui apenas um exemplo de como a adoção da computação em nuvem pode influenciar diretamente no sucesso ou no fracasso de um negócio. Muitas empresas precisam abrir os olhos para esses novos paradigmas, pensar fora da caixa como muitos dizem, e serem rápidas na adoção da nuvem.
O sucesso ama a velocidade.
A adoção de nuvem é uma pratica que muda tudo o que conhecemos no mundo tradicional “on-premisses”. Não somente do ponto de vista “custo" que é sim essencial nos dias de hoje, mas também por outros aspectos que sutilmente citei anteriormente como por exemplo a elasticidade. O que é um ambiente elástico? O próprio termo já diz, ele tem a capacidade de se adaptar as requisições do seu negócio, isso mesmo, em outras palavras significa que a sua infraestrutura na nuvem pode dinamicamente usar mais ou menos poder computacional, dependendo do dia e horário seguindo o fluxo de usuários e requisições. Este é um dos principais pilares da nuvem pois torna o uso computacional “eficiente”, ao contrário do modelo tradicional onde se investia em capacidade ociosa para suportar picos de utilização e o crescimento do negócio por alguns anos.
Comparando o modelo de contratação de nuvem com o modelo tradicional, simplesmente não consigo entender como muitas empresas ainda sobrevivem nos dias de hoje.
Pense que você possui um e-commerce, investiu uma pequena fortuna em datacenters de produção e de contingencia, contratou links contingenciados para replicação de dados, investiu em infraestrutura robusta de TI, tem tudo rodando com uma taxa de utilização em média de 50-60% do seu poder computacional, e de repente surge um novo produto que a empresa vai lançar, que promete dobrar o volume de vendas e para piorar o “black friday” está a apenas quatro meses de chegar, os acionistas esperam que as vendas tanto desse novo produto quanto dos demais sejam um sucesso tanto no “black friday” quanto no período do natal.
É sem dúvidas um cenário desesperador para qualquer gestor de infraestrutura de TI.
O primeiro passo seria aumentar a capacidade de processamento dos servidores, seja no “core" para atender as requisições dos bancos de dados ou na borda para atender aos clientes web, enfim, como não existe upgrade na maioria dos equipamentos de hoje, significa investir em mais servidores na borda e/ou substituição do “core” por modelos mais robustos.
Feito isso aguarde com muito sangue frio a chegada dos equipamentos, em alguns casos importados em nosso país, temos o processo alfandegário, canal verde da receita “se não estiver em greve", e uffa! Em apenas 45 dias chegaram os equipamentos. Agora é hora de colocar o time de infraestrutura pra trabalhar, instalando fisicamente a nova infra e alocando um gerente de projetos para planejar toda a migração junto aos times técnicos de infraestrutura, bancos de dados e aplicações, que entre paradas programadas nos ambientes pelas madrugadas, consegue-se em pelo menos uns 30 dias corridos. Agora seguem os testes de carga e ajustes das aplicações a nova infraestrutura, tuning nos bancos de dados e testes de escala na aplicação e borda. Toma-se pelo menos uns 10 dias para isso. Todo esse processo se aplicando tanto ao ambiente de produção quanto ao ambiente de contingência e com seu e-commerce funcionando.
Agora pense que seu e-commerce está 100% na nuvem, e da mesma forma um novo produto revolucionário será lançado no “black friday” e etc…
Ok, o que preciso fazer?
Para não dizer “nada”, daria uma certa atenção a contratação de mais RI’s (Instancias Reservadas) para não utilizar demais os recursos “On-Demand” que são mais caros.
Essa é a diferença em um exemplo simples de como a elasticidade da nuvem revolucionou o mercado de TI. Imagine rapidamente que agora se passou o “black friday” e o natal, e "ok" as vendas foram um sucesso, em ambos os casos. Lembra daquela capacidade ociosa que foi adquirida para atender a demanda "on-premisses"? Na nuvem ela encolhe e volta ao seu tamanho ideal, simples assim.
Hoje simplesmente quem não planeja trilhar esse caminho, está fora do mercado, é uma questão de tempo. Até mesmo os analistas mais conservadores já previram isso.
O mundo da tecnologia mudou e muito rápido, termos como kubernetes, puppet, docker, ansible, cultura "devops", "machine learning”, entre outros, são a bola da vez. Cabe agora aos gestores de TI investirem o quanto antes nesse modelo que já se provou comprovadamente um sucesso comparado a forma tradicional de se fazer TI.